Guerra ao Terror
Written on 15:38 by BillyCapra
Guerra ao Terror vem sendo premiado por onde passa, a boa notícia é que não há nenhum exagero, o filme é tudo isso que se vem dizendo sim. Tem um bom elenco em especial o ator Jeremy Renner que também vem sendo premiado, ele é o homem "adrenalina", em uma cena enquanto espera a sua nova equipe chegar, onde substituirá um companheiro morto, ele fuma um cigarro, parece estar tenso, querendo que tudo comece logo, nessa cena Apocalypse Now de Coppola me veio a cabeça (sem querer comparar os filmes claro), mas essa lembrança me fez ver que eu estava diante de um filme sobre uma guerra que ainda continua, onde não haverá nenhuma conclusão, tudo terminará em aberto.
E é no modo como termina o filme e na maneira distanciada que narra sem nunca querer fazer uma auto-analise dos personagens deixando esse aspecto para quem ironicamente esta dentro da trama, um dos personagens é psicólogo, um profissional questionado por não estar no campo de batalha. Ele consegue ajudar de alguma forma um garoto assustado, mas em sua maioria os personagens o esnobam e ele nem chega perto do homem-adrenalina que em certo momento do filme é questionado sobre quantas bombas já desarmou e é saldado ao dizer um número acima de quatrocentos, ele desrespeita todas as ordens e todas as regras da função, chegando a desarmar bombas usando camiseta ao invés do pesado uniforme semelhante a roupa usada pelos astronautas, o personagem poderia ser um clichê sem precedentes, o que não acontece graças ao trabalho bem homogêneo diretora/ator.
O filme mostra os civis, entre eles um menino que vende dvds, o complicado relacionamento, a desconfiança contínua, quem é bom, e quem é mal, quem comprou a briga mesmo que tenha sido do jeito mais infantil e inocente possível pode determinar o tamanho do desastre.
Os homens que desarmam as bombas, quem havia pensado neles?
A diretora Kathryn Bigelow pensou e soube levar às telas as tensões do ofício, e pode ser a primeira mulher a levar o Oscar de melhor direção, o que repito não seria nenhum exagero.